sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Aniversário da Cidade e o Dever do Voto

A Horta cumpriu mais um aniversário.
Com o habitual espírito de celebração, teve direito a Sessão Solene no Salão Nobre da Câmara Municipal da Horta onde foram distinguidos – e muito bem – vários cidadãos.
Também como é habitual, em vésperas de eleições, ouvem-se mais altas as vozes da maioria e as vozes da oposição, esgrimindo argumentos, cada um “puxando a brasa à sua sardinha”.
Existem razões em todas as forças partidárias; obviamente que há muito por fazer e obviamente que muito foi feito. A diferença entre o copo meio cheio ou meio vazio está no olhar, não está no objecto. Os eleitores sabem isso, pelo que as contendas verbais dos partidos são, na maioria das vezes, um desperdício de energias que poderiam aplicar no trabalho pela terra que dizem defender.
Daqui a uns escassos três meses os eleitores terão oportunidade de fazer ouvir a sua voz através do voto. Esperemos que participem mais. É que se os políticos têm obrigação de ir ao encontro dos cidadãos para os ouvir e para informar, também os cidadãos têm o direito de julgar a sua acção e o dever de se expressar das mais diversas formas – e o voto é uma das mais nobres e inequívocas.

Bombeiros Faialenses e Comandante António Fraga

Há instituições que passam despercebidas na nossa vida enquanto estamos bem. Só quando algo corre mal é que percebemos a sua utilidade. E quando conhecemos um pouco melhor o seu trabalho, cresce o nosso respeito.
Falo dos Bombeiros Voluntários do Faial, vetusta instituição com 97 anos de vida, a aguardar a construção de uma nova sede, na zona de Santa Bárbara, em terreno cedido pela Câmara Municipal da Horta, que renovou recentemente o protocolo de cooperação, concedendo um apoio de 30.000 euros à corporação.
Nunca será demasiado o apoio financeiro ou outro que se possa dar à Associação Faialense de Bombeiros Voluntários. Os seus elementos socorrem na doença e na catástrofe, na pequena desgraça e no maior perigo.
Ainda estão vivas na nossa memória as imagens do sismo de 1998 e o papel relevante dos homens liderados pelo Comandante António Fraga. Nesses dias de necessidade colectiva, muitos agradeceram. Passados estes anos, muitas vezes são esquecidas as acções que marcaram as nossas vidas e só voltam à lembrança em caso de necessidade individual ou familiar.
Neste momento, como em qualquer outro, é sempre tempo de agradecer a quem merece e de recordar a importância dos que fazem a diferença generosa e abnegada num mundo onde esses valores estão a diluir-se.
Com o nosso reconhecimento e gratidão, registamos também, desta forma simples, a nossa homenagem ao seu anterior dirigente Comandante António Fraga que sempre conferiu dignidade, dinamismo e confiança aquela nossa instituição.
Bem-haja!

Feira Açores captou auto-estima dos faialenses

Foi bom ver o movimento da Feira Açores no Faial. Isto de dizer que o Faial está “morto” e que os faialenses se acomodaram só se desmente com eventos destes. Não apenas pela dinâmica do evento e das oportunidades que gera, mas também pelos milhares de pessoas que o visitam, que se interessam, que estimulam.
O que vimos foi dinamismo, cor, acção, alegria, envolvimento, convívio, demonstração, negócio, música, dança, turismo, pulsar. O que vimos foi bonito e demonstra que a nossa terra está bem viva e que a sua gente tem motivações. O que – diga-se com honestidade – num momento de crise como o que vivemos é bem revelador de que não vamos deixar-nos abater pela crise, vamos é enfrentá-la e também exigir respostas dos que nos governam para ajudar a debelá-la o mais rapidamente possível.
A Feira teve mérito na sua organização engenhosa, nas suas parcerias funcionais, no programa simples e talentoso. Mas também teve a virtude de despertar um pouco da auto-estima que os faialenses por vezes deixam esquecida perante algumas vozes críticas que se comprazem em negativar tudo. Não que a crítica não seja respeitável. O modo como ela é feita é que, por vezes, cava a própria sepultura de quem a faz e revela que o intuito não é elevar a terra, é sim ter protagonismo.

Parabéns, Genuíno Madruga!

O mundo ficou orgulhoso pelo feito de Genuíno Madruga. Nós, açorianos, e de um modo muito especial, os picoenses e os faialenses, sentimos o feito de Genuíno Madruga como uma vitória nossa.
Entre 25 Agosto de 2007 e 6 de Junho de 2009 Genuíno Madruga cruzou mares, enfrentou bonanças e tempestades, foi o herói da segunda viagem de circum-navegação que, durante 21 meses e 12 dias percorreu 34 mil milhas.
Embaixador dos Açores e de Portugal no seu todo, Genuíno Madruga semeou o conhecimento da sua terra e do seu país, granjeou apreço e admiração, elegendo para paragens referências históricas da emigração açoriana, como São Luís do Maranhão, no século XVII, foi recebido em Dili com honras de Imperador dos Mares pelo Nobel da Paz, Ramos Horta, e em todas as partidas do mundo por onde passou recebeu manifestações de carinho e de estímulo à sua coragem.
Dois momentos especialmente duros marcaram esta viagem de Genuíno Madruga: a passagem do Cabo Horn e a perda do mastro quando o regresso a casa já parecia um último e fácil passo. O “aventureiro” destemido encarou as dificuldades como mais um desafio e venceu-as com a audácia que fez dele o homem que é hoje.
Picoense de nascimento, faialense de residência, Genuíno, nesta segunda viagem à volta do planeta, partiu da sua raiz e a ela voltou, em tempo de Espírito Santo. As raízes que cultivou nesta viagem são mérito seu, mas delas tiram frutos todos os açorianos.
Parabéns, Genuíno!

terça-feira, 30 de junho de 2009

JOVENS APROVAM DIRECTRIZES DE ACÇÃO PARA OS AÇORES


Entre 12 e 14 de Junho, na cidade património Angra do Heroísmo, mais de 100 jovens socialistas das nove ilhas dos Açores aprovaram por unanimidade a moção de orientação política global “Eu sou, tu és – Nós somos Açores”, do Presidente da JS Açores, Berto Messias.
Esta moção, que pretende ser um conjunto de medidas de actuação prática, engloba diversas áreas, definidas pelos jovens socialistas, reunidos no IX Congresso da JS Açores “Links para o Futuro”, como prioritárias para o desenvolvimento da Região Autónoma dos Açores.
Apesar de soar a cliché, o certo é que a juventude ocupa um papel primordial no presente, garantindo a sustentabilidade do nosso futuro. Uma sociedade que deseje seguir no e para o desenvolvimento, não poderá subestimar o poder que os jovens acarretam na sua irreverente e rejuvenescida forma de ver o mundo.
No fim-de-semana do Congresso da Juventude Socialista – Açores, os jovens representativos de uma considerável fracção da juventude açoriana decidiram as linhas orientadoras da sua acção.
Assente nos princípios da Revolução Liberal Francesa de 1789, toda a sua actividade se baseará nos valores da liberdade, fraternidade e igualdade, conscientes da necessidade de consolidação destes valores face à crise económica internacional que avassala o mundo inteiro.
Defendem a emancipação jovem como prioridade da sua acção, uma vez que determina o desenvolvimento das sociedades. Considerando áreas como o emprego e a habitação, estas moldarão o quadro das freguesias e dos concelhos das ilhas açorianas, uma vez que possibilitarão a fixação de jovens.
De igual modo, reclamam por uma juventude mais participativa nas sociedade onde se inserem, agindo cívica e politicamente, em prol do bem-estar dos cidadãos. Recusam a ideia de político para si mesmo ou de gabinete, e reforçam a daquele que produz para os principais destinatários da actividade política: os cidadãos.
Qualificação, inovação, desenvolvimento, empreendorismo, inclusão social, poder local, entre outros temas, foram minuciosamente discutidos, criando-se acções práticas de intervenção.
Esta moção deposita nos jovens socialistas açorianos uma grande responsabilidade. Tentarão derrubar algumas resistências na sociedade através da sua irreverência consciente, acreditando no conceito de bem público e promovendo um desenvolvimento sustentável de todas as ilhas açorianas.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

SUGESTÕES DOS NOSSOS LEITORES

É NOSSA INTENÇÃO COLHER O MAIOR NÚMERO DE CONTRIBUTOS DOS LEITORES DESTE BLOG, CONTRIBUINDO PARA UMA MAIOR PARTICIPAÇÃO CÍVICA NA NOSSA ILHA.
Agradecemos ao Velejador e contamos com ele para mais reflexões!
Tic – Tac
Eleitoral

A pressão do dia – a – dia, tem sempre uma vertente de cidadania e por consequência uma opção política, para qualquer cidadão, incluindo aqueles que a negam.
É bem verdade, que alguns cidadãos não desejam aceitar esta realidade, mas o presente, não engana.
O presente e o futuro, depende de nós. Por isso tem de ser analisado, falado, dialogado e mesmo discutido, para que se encontre um planeamento, que seja capaz de fundamentar o futuro.
Tivemos umas eleições europeias, onde a abstenção reflectiu a indiferença de muitos e isso não foi saudável, para ninguém.
Em breve teremos mais dois actos eleitorais vitais para os próximos quatro anos, as eleições legislativas e para o poder local.
É neste contexto que interessa saber como nos vamos comportar, mas com a certeza que é urgente dialogarmos e participarmos com objectividade, para mais tarde decidirmos o nosso voto.
É fundamental a participação de todos e realçar que quem se abstêm de votar, não tem qualquer moralidade em criticar seja o que for. Isto porque ao demitirem-se de participar, intervindo na vida política, bem como não votando, estão a demitir dos seus direitos e deveres de cidadão.
Os “Caminhos do Faial” só se constroem com um poder local forte e autónomo, com uma cidadania participativa, onde a sua população seja interveniente, opinativa e determinante na conjuntura presente. Só com uma participação efectiva podemos acreditar no futuro.

Velejador

SUGESTÕES DOS NOSSOS LEITORES

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Agradecemos ao Velejador e contamos com ele para mais reflexões!

Por uma cidadania de qualidade...
A cidadania é um processo colectivo, onde todos tem um papel fundamental a desempenhar e a desenvolver. Importa reconhecer os cidadãos, que dão sempre o seu melhor, em prol de uma cidadania actuante e contribuem para vencer uma crise generalizada, que vai desde a económica até aos princípios básicos que devem nortear a vivência e o comportamento dos faialenses.
O vento bate-me na face, enquanto o pequeno veleiro vai rasgando o mar (e a vida), meu fiel companheiro, de pensamentos. É sempre assim o mar, impõe-se e obriga-nos a pensar… e reflectir, especialmente a quem vive numa ilha redonda, cheia de labirintos, de interesses, de alguma inveja, de malquerer e de uns poucos, ou muitos, que lutam por uma vivencia onde a fraternidade, a igualdade e a democracia, não são só palavras.
A vida não é feita de facilidades e por vezes tem custos incalculáveis...mas devemos ter as nossas convicções e saber optar sempre por uma cidadania de liberdade, custe a quem custar.
Gosto de ver o Faial a despertar..., no meu observatório, como um voyeur, embrenhado nas notícias e acontecimentos, mas descaradamente atento ao despertar dos que tantas vezes nada tem para dizer, mas falam para se ouvir, enquanto a grande maioria trabalha.
Cada vez mais temos de saber reconhecer quem é importante na nossa sociedade, tão necessitada de cidadãos que pensam, escrevem e actuam, com o espírito de Cidadania e Fraternidade, que partilham as suas ideias, de modo a construir uma vida mais humanizante e com alguma dose de felicidade.

Velejador